25/10/2018
Ambev registrou um lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 2,89 bilhões no terceiro trimestre do ano, ante um lucro de R$ 136,5 mil no mesmo intervalo de 2017.
A diferença é explicada principalmente por um ajuste tributário feito no ano passado. No terceiro trimestre de 2017, a Ambev fez um ajuste tributário de R$ 2,97 bilhões relacionado à adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), mais conhecido como Refis. Excluindo a provisão do Refis, o lucro líquido ajustado da companhia -- usado para a base de cálculo de dividendos para os acionistas -- havia sido de R$ 3,24 bilhões.
Excluindo o efeito tributário, o lucro líquido ajustado no terceiro trimestre caiu 10,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 2,91 bilhões. A queda foi explicada pela queda em receita, relacionada à variação cambial do período. A Ambev também citou pressões inflacionárias na Argentina e preços mais elevados das commodities como fatores de pressão no trimestre. A média das estimativas dos bancos BTG Pactual, Itaú BBA, J.P. Morgan, Morgan Stanley, Santander e UBS, compiladas pelo Valor, indicava uma alta de 1,8% no lucro líquido, para R$ 3,05 bilhões.
O lucro ajustado ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 4,45 bilhões, com queda de 2,2% no trimestre. A projeção média era de um avanço de 12,1%, para R$ 5,10 bilhões. No trimestre, a receita líquida da Ambev caiu 2,6%, para R$ 11,06 bilhões. O resultado ficou aquém do esperado por alguns analistas, de R$ 12,23 bilhões. O custo de produtos vendidos caiu 2,5% no trimestre, para R$ 4,37 bilhões. As despesas operacionais da companhia tiveram incremento de 0,3% no período, para R$ 3,51 bilhões. Esse resultado foi associado a uma maior concentração de despesas com marketing no segundo trimestre, explicada pela Copa do Mundo Fifa Rússia 2018.
Ambev no Brasil A Ambev reportou no Brasil um lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 2,64 bilhões no terceiro trimestre, resultado 11,1% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. A margem Ebitda teve expansão de 3,5 pontos percentuais, para 42,9%.
No trimestre, a receita líquida da companhia no Brasil cresceu 2,1%, para R$ 6,16 bilhões. Em volume, a empresa registrou queda de 3,3% nas vendas, para 23,85 milhões de hectolitros. O volume menor foi compensado pelo aumento de 5,6% na receita por hectolitro. Em julho, a Ambev reajustou os preços da cerveja no país.
De acordo com a companhia, a receita por hectolitro foi beneficiada pela exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, mas esse efeito foi quase totalmente compensado pelo aumento da alíquota de PIS e Cofins implementada em janeiro deste ano.
O custo de produto vendido diminuiu 5,6% no período, para R$ 2,26 bilhões. As despesas operacionais no Brasil encolheram 1,5%, para R$ 1,82 bilhão. O Ebitda da operação de cerveja no Brasil teve incremento de 0,3%, para R$ 2,19 bilhões, com contração na margem de 0,5 ponto percentual, para 41,7%. A receita da operação cresceu 1,3%, para R$ 5,26 bilhões. Em volume, as vendas de cerveja no Brasil recuaram 3,1%, para 17,9 milhões de hectolitros. O resultado ficou abaixo do desempenho do setor, que encolheu 2,5% no trimestre. A receita por hectolitro de cerveja aumentou 4,6%, graças ao reajuste de preços feito em julho.
Em refrigerantes e outras bebidas não alcoólicas, a companhia registrou uma queda de 3,9% no volume de vendas, para 5,94 milhões de hectolitros. A receita do negócio subiu 7%, para R$ 904 milhões. A Ambev aumentou em 11,3% a receita por hectolitro de não alcoólicos, com reajuste de preços feito no fim de 2017. O Ebitda da operação cresceu 136%, para R$ 448,2 milhões, com aumento na margem Ebitda de 27,1 pontos percentuais, para 49,6%.